segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Luto


Escritor e filósofo Benedito Nunes morre aos 81 anos

O escritor e filósofo paraense Benedito Nunes, 81, morreu na manhã deste domingo (27). Ele estava internado havia dez dias no Hospital Beneficência Portuguesa de Belém (PA)

VIDA E OBRA

Nascido em Belém em 21 de novembro de 1929, Benedito José Viana da Costa Nunes foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, posteriormente incorporada à Faculdade Federal do Pará.

Por "A Clave do Poético", Nunes recebeu o prêmio Jabuti na categoria crítica literária, em 2010. No mesmo ano, ganhou o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Em 1989, publicou "O Drama da Linguagem - Uma Leitura de Clarice Lispector", um ensaio literário sobre a escritora.

DEPOIMENTOS

Aldrin Figueiredo, escritor e amigo de Nunes, conta que teve o privilégio de ter escrito um texto em parceira com ele, e que fez o prefácio de uma de suas obras, "Luzes e Sombras do Iluminismo no Pará", escrito em 2004, com Milton Hatoum.

Nunes era crítico literário e de arte, e sua primeira análise foi sobre as obras da escritora Clarice Lispector. "Desse estudo foram criados dois livros, 'O Mundo de Clarice Lispector' e o 'Drama da Linguagem', onde se observa uma análise fenomenológica e existencialista", explica Aldrin.

Ele conta que as obras foram elogiadas por Clarice que se tornou amiga do autor.

Amarilis Tupiassu, professora de Letras da Universidade Federal do Pará e da Universidade da Amazônia, afirma que Nunes estava sempre de bom humor, e uma de suas últimas brincadeiras foi dizer que, quando saísse do hospital, a primeira coisa que iria fazer seria comer um pastel.

"Benê sempre foi brincalhão até nessa situação ele fez piada." Ela lembra que quando ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa, homenagem feita aos professores eméritos, ela fez a saudação.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Charge da Semana


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*Charge de Waldez

Paraense de Acará, nasceu em 07/07/1972, cartunista,Chargista e Ilustrador do jornal Amazônia, com vários prêmios nacionais e internacionais com o Salão Internacionla de humor de Piracicaba,livro publicado "querido papai noel" criador das tiras "cobaia", "risco de vida" e "beco do sossego", publicadas diariamente em "Oliberal".casado e pai coruja. (91)8811 1930.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O cotidiano

"Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá."

[Gabriel O Pensador, em sua música Até quando?]

Bruno de Menezes, poeta singular das letras paraenses.

Entrevista com José Denis de Oliveira Bezerra (mestre em Letras, Estudos Literários pela UFPA e professor de Literatura Amazônica da Universidade do Estado do Pará).

P - Quem foi Bruno de Menezes e qual a importância de sua obra para a Amazônia?

José Denis - Bruno de Menezes foi um poeta singular das letras paraenses. Nasceu em Belém no dia 21 de março de 1893. Seu pai, Dionízio Cavalcante de Menezes, era pedreiro e sua mãe se chamava Maria Balbina da Conceição Menezes. Passou a sua infância no bairro do Jurunas, periferia da cidade.

Escreveu várias obras, entre prosa e poesia, sendo reconhecido pela grandeza poética de Batuque, inicialmente publicado no livro “Bailado Lunar”, em 1924, e depois lançado em 1931 como obra independente.

A obra poética de Bruno de Menezes, principalmente "Batuque" (1939), é de grande importância para as artes literárias da região amazônica por desvelar na linguagem lírica elementos culturais desse espaço, que é formado por várias culturas distintas, entre elas a européia, a indígena e a africana. São esses signos que o poeta trabalha em sua poesia, numa linguagem moderna.

P - É correto afirmar que Bruno de Menezes é um dos pioneiros do Modernismo na Amazônia? A que grupo de intelectuais ele pertencia?

José Denis - Sim, é correto. Quando falamos em Modernismo na Amazônia, principalmente no Pará, temos que ter em mente dois principais grupos de intelectuais: o de Bruno de Menezes, chamado de “Peixe Frito”, e o de Francisco Paulo Mendes e Benedito Nunes, denominado de “Café Central”.

O primeiro reunia-se no Ver-o-Peso e tinha como componentes Abguar Bastos, Bruno de Menezes, Jacques Flores e outros, que tinham a preocupação de valorizar os elementos da cultura local, despertado por um sentimento nativista, de exaltação das belezas da região, além de revelar na poesia o cotidiano de Belém, da Amazônia, como fez Mário de Andrade em São Paulo e Gilberto Freire no Nordeste.

P - O que se pode dizer sobre a música e a dança, também presentes em suas obras?

José Denis – São elementos fundamentais na caracterização da poética de Bruno de Menezes. O tambor é um instrumento de convocação ritualística, presente nos rituais afro-brasileiros, representando também o clamor pela luta contra as violências que a cultura do negro sofreu. Além disso, esses recursos são também marcas do estilo simbolistas que o poeta mantém na obra Batuque.

P - A obra de Bruno de Menezes se enquadra na atualidade ou apenas nos faz refletir sobre o passado, sobre a história do Brasil?

José Denis – A obra de Bruno se enquadra na atualidade porque retrata a nossa cultura, a nossa religiosidade, nossas festas religiosas, nossas ervas, mandingas e cheiros. Mas acima de tudo ainda rufa o batuque da luta contra as desigualdades e as discriminações sociais presentes no Brasil.

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Fonte:
entrevista produzida pelo Banco de Informações da Rede Cultura de Comunicação do Pará.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Até quando?

“Errei. Foi sem querer”.

Tiririca, deputado federal mais votado do Brasil,

explicando numa roda de parlamentares que votou

“sim” por engano na proposta que defendia o

aumento do salário mínimo para R$ 600.

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“Cá entre nós, eu votei com o povo. Quem foi que me colocou aqui?”.

Tiririca, explicando numa roda de repórteres

por que votou “sim” na proposta que defendia o

aumento do salário mínimo para R$ 600.


BBB 11


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Charge de Atorres

Cartunista, photoshopeiro, boleiro, amante de um bom vinho, de música e cinema. Tem 22 anos de profissão como jornalista e há 15 é editor de arte e chargista do jornal Diário do Pará.

Fonte: http://atorres2010.blogspot.com/

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Homenagem

Olá senhores,

Começo a homenagem com as palavras do poeta Vinícius de Moraes:

“E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os
meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto
minha vida depende de suas existências ...A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.”

É por conta dessa amizade que nos últimos dias estamos vivendo um momento muito especial para os GOLIARDOS. Estamos homenageando, hoje, um grande Historiador, pesquisador e principalmente um grande amigo chamado RAFAEL SANTOS (membro efetivo e afetivo dos Goliardos). Bolsista do Cnpq pelo projeto “O diretório dos índios nos discursos dos agentes administrativos coloniais (1777-1798)” Orientado pelo Profº Dr. Mauro Cézar Coelho. E, hoje é o mais novo Mestrando em História Social da Amazônia_2011 pela Universidade Federal do Pará com o Projeto intitulado: Políticas Indígenas no Grão Pará (1777-1798)”.

Parabéns Rafael Santos.

Em nome dos Goliardos (Leandro Fonseca, Admarino Júnior, Romyel Cecim e Ailson Freire) que torno pública esta singela homenagem.

E nunca esqueça:

"As muralhas existem por algum motivo. Para nos dar a chance de mostrar a força de nossas aspirações; (Randy Pausch, in A Lição Final).

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Obs: Falaaaa Rafaaaa!!!

O final tá parecendo homenagem de defunto, mas tudo bem. (rsrsr)

by Goliardos.


Brasil com "P"

Pesquisa publicada prova
Preferencialmente preto, pobre, prostituta pra policia prender
Pare, pense, por que, prosigo
Pelas periferías praticam pervesidades
Pms pelos palanques políticos prometem, prometem pura palhaçada
Proveito proprio, praias programas, piscinas, palmas
Pra perifería panico, pólvora
Pá, Pá, Pá
Primeira página, preço pago, pescoço, peito, pulmões perfurados
Parece pouco?!
Pedro Paulo, profissão: pedreiro
Passatempo predileto: pandeiro
Preso portando pó passou pelos piores pesadelos
Presídios, porões, problemas pessoais, psicológicos
Perdeu parceiros, passados, presente, pais, parentes, principais pertences
PC, político privilegiado preso parecia piada
Pagou propina pro plantão policial passou pela porta principal
Posso parecer psicopata pivô pra perseguição
Prevejo populares portando pistola pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões
Pecado, pena, prisão perpétua
Palavras pronunciadas
Pelo poeta irmão
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Artista: Racionais Mc's

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Curiosidade: Por que fevereiro é o mês mais curto?

Tudo começou por volta do século 6 a.C., quando o rei Tarquínio reformulou o calendário romano, adicionando mais dois meses - até então eram apenas dez - à folhinha: janeiro e fevereiro. Ele fez isso, pois o novo calendário passou a se basear nas mudanças de fase da Lua, totalizando um ano de 355 dias. Para facilitar a distribuição dos dias entre os meses, fevereiro, à época o último mês do ano, acabou ficando com apenas 28 dias. Outros fatores contribuíram para que ele ficasse menor, como o fato de cair no ápice do inverno romano. “O período de frio trazia muitas doenças, e fevereiro passou a ser considerado de mau agouro. O próprio nome do mês faz uma alusão à palavra ‘febre’ ”, diz o astrônomo Roberto Bockzo, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Em 44 a.C., o imperador Júlio César alterou o calendário de novo - agora tendo por base o ciclo solar -, e o ano passou a contar com 365 dias, sendo que fevereiro ganhou mais um dia, ficando com 29. Mas a fartura durou pouco. Mais tarde, César Augusto assumiu o poder e, para homenageá-lo, o Senado rebatizou o oitavo mês de agosto. Só que agosto tinha 30 dias, e pegaria mal o novo soberano ter seu mês com menos dias do que o de outro – Júlio César já tinha um mês em sua honra, julho, com 31 dias. Assim, decidiu-se que agosto teria 31 dias. Para isso, tirou-se um dia do infeliz fevereiro, que voltou a ter somente 28, ganhando um diazinho a mais apenas nos anos bissextos.

Por Gabriela Portilho
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Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_419970.shtml
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um senador Flautista

Por Admarino Júnior

"O Senador José Sarney adora dar a impressão de que está a caminho da aposentadoria. Mas convém desconfiar. Ele não pára de acumular poder numa área riquíssima, o setor elétrico. Em parceria com Renan Calheiros (PMDB-AL), Sarney divide o espólio de nomeações deixado pelo paraense Jader Barbalho no norte do País.

Protegido por Sarney José, Antônio Muniz Lopes, atual presidente da Eletrobrás, é o principal candidato a presidir a Eletronorte, que pagará a conta de Belo Monte (R$ 20 bilhões) e de Tapajós (20 bilhões também). Além de ser padrinho do ministro de minas e energia, Edison Lobão, Sarney apóia Hélio Costa (PMDB-MG), que quer a presidência de Furnas.” (Texto retirado da Revista Época, exemplar 24 de Janeiro de 2011. Nº 662)

Alguns Políticos brasileiros são como diria a minha avó, “sem - a vergonha”. Talvez seja a herança do patrimonialismo (é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado) da colonização junto com o corporativismo. Como diz um grupo de Hip Hop do Maranhão, Gíria vermelha: “A flauta tem poder, o flautista é poderoso”

Aliás, este grupo produziu uma música chamada “O Flautista e a Rataria” que retrata de maneira crítica e irônica as manobras políticas de José Sarney (O flautista) e seu grupo (A rataria).

Trechos da música:

O velho flautista sanguinário está de volta
e a rataria reunida em sua volta
pra blindar o sangue negro em seus cristais,
pra transformar nossas riquezas em seus quintais.

Como um demônio, ele, lá do fundo do esgoto;
no senado ele é o chefão mais poderoso.
Ele sola o sofrimento que magoa lá no fundo,
ratos e mais ratos, como cresce o latifúndio

Ele é mais, ele quer mais:
dono do mar, do Maranhão,
ele é o cão, é o satanás,
ele é o anjo que o onipotente expulsou do céu,
ele é o fel, ele é a morte, ele é o juiz, você é o réu,
ele é amigo do ex-operário líder do ABC,
ele é do PMDB, ele é da base do PT,
ele é o carrasco número um da plebe,
quando ele toca a flauta a rataria toda segue

Ratos!
Sei que o solo do flautista,
a marcha fúnebre dos pobres,
o maestro da oligarquia.


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**Fontes:
>A charge acima é de Douglas Vieira, o Dodô. (blog: http://dodocaricaturas.blogspot.com/)
>>Revista Època
>>>Música: O Flautista e a Rataria; Cd "A Hora do Revide"/Grupo: Gíria Vermelha

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quadrinhos como fontes da história

Muitas de nossas concepções de mundo são construídas na infância por meio dos valores apresentados nas páginas das histórias em quadrinhos, repletas de heróis, vilões e idéias.

Seu valor didático e para a formação ideológica da sociedade é indiscutível... No entanto, quem já prestou atenção nos quadrinhos como fonte histórica? Por que eles ainda são tratados como mídia de ordem secundária? Pode parecer estranho ao leitor a aventura de pensar os quadrinhos como um meio legítimo de se estudar a História. Mas quantas vezes, na infância, não lemos nas tiras dos quadrinhos sobre personagens que foram importantes para o nosso país e para o mundo?

A infantilização dos quadrinhos no Brasil

Para entendermos a possibilidade de utilizar os quadrinhos como fontes históricas, devemos necessariamente recorrer a um pouco de seu retrospecto no Brasil. A primeira revista reconhecidamente de quadrinhos, no país, foi publicada em 1939, com o título de Gibi. A palavra significava "moleque", "menino", e seu conteúdo apresentava histórias variadas, baseadas em mistérios, aventuras ou em simples entretenimento. Gradativamente a palavra foi adquirindo o caráter genérico da revista de quadrinhos, tornando-se também parcialmente responsável pela infantilização deste gênero literário. Os quadrinhos passaram a ser entendidos como uma literatura menor, restrita à infância e à adolescência. E, apesar disso, passível de censura, já que, vez por outra, seus textos eram considerados desprovidos de conteúdos educacionais e pedagógicos adequados. A infantilização dos quadrinhos determinou ainda suas formas de consumo em nossa sociedade: tanto no tocante ao formato da revista, como no relativo à presença maciça de heróis americanizados, que circunscreveram severamente as temáticas e a profundidade das histórias. Mesmo as Hq's nacionais, surgidas na década de 1970 – como a Turma do Pererê (de Ziraldo) e da Mônica (de Mauricio de Souza) –, seguiam o padrão das histórias infantis. O restante da produção nacional era dominado por quadrinhos estrangeiros, que transpunham a realidade (em geral) americana para o nosso universo de leituras com capacidade formadora.

Maurício de Sousa, em 2003, durante a abertura da exposição "História em Quadrões",

mostra uma reprodução de "Lição de Anatomia", de Rembrandt, feita com os seus principais personagens.


Fontes:

Texto de Jefferson Lima (Revista Leituras na História)

site: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESCV/index.asp