sábado, 29 de maio de 2010

O contador de Histórias


Por Ad. Júnior

Meus caros amigo(a)s, hoje estive na frente deste “troço” chamado computador, que já faz parte da minha vida como homem Pós-Moderno (depois que eu comecei a ler o seu Michel Foucault, a palavra Pós-moderno tornou-se freqüente no meu vocabulário), estive lendo sobre as medidas sócio-educativas de nossas crianças. E, lembrei de um Filme muito bom que vi no cinema. Tão bom que na sessão (MOVIECOM-ARTE) havia apenas 7 pessoas, dentre elas, EU e meus amigos Pedagogos (Jaílton Gomes e Danielle Alcolumbre).


O Filme é Brasileiro, Intitulado: O contador de Histórias. Resolvi colocar aqui algumas considerações. Recomendo a TODOS - Principalmente os educadores deste Brasil Varonil - que não deixem de assistir este filme antes de morrer. Brincadeira. É bom assistir em vida mesmo. É excelente!!!

Aqui vai um aperitivo:

Nascido nos anos de 1970. em Belo Horizonte, Roberto Carlos Ramos era o caçula de uma família pobre com muitos filhos. Entregue à FEBEM (Fundação para o Bem-Estar do Menor) pela mãe, que acreditava que ele teria um futuro melhor ali dentro, acabou tornando-se um fugitivo da instituição.

Mas que sobreviveu ao abandono e à violência e, por causa da intervenção de uma pedagoga francesa, Marguerite Duvas (vivida pela atriz Maria de Medeiros), conseguiu estudar e tornar-se, anos depois, um famoso contador de histórias, conhecido internacionalmente, Autor de inúmeros livros e CD´s com histórias.

A história de Roberto Carlos Ramos é uma lição de superação! Atualmente ele é Pedagogo, com Mestrado em Educação pela Unicamp, Pós-graduado em Literatura Infantil pela PUC de Minas Gerais.

Para quem não está recordando, o filme é baseado na história do próprio Roberto Carlos Ramos, um dos protagonistas da campanha publicitária que foi veiculada na televisão em 2004, “O melhor do Brasil é o brasileiro” com o slogan intitulado: “EU SOU BRASILEIRO E NÃO DESISTO NUNCA.” (que teve o jogador Ronaldo, o cantor Herbert Vianna, o Roberto e outros, salve engano) VER AQUI

É claro que isto é contestado. Pois, gostaria de ver esse “NÃO DESISTO NUNCA” para lutar contra a desigualdade social, preconceito, discriminação, além de, lutar contra a permanência de políticos corruptos que só fazem implantar ORDEM para o Povo e PROGRESSO para a Burguesia. Enfim, esta é outra História. Mas dentro do filme este slogan é bem sugestivo, além, se ser emocionante.


Entrevista de Roberto Carlos Ramos No Programa do JÔ SOARES. AQUI


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sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Queijo e os Vermes


Por Ad. Júnior

Ganhei este livro de presente de uma pessoa muito querida (Fernanda Isobe). Um Livro excelente e muito fácil de ler, pois, tem característica de uma descrição literária ou uma obra “novelesca”. Então, mesmo aquelas pessoas que não sejam da área (História) podem se deleitar e se servir a vontade diante de tal obra.

Por conta disso, resolvi colocar uma resenha do livro feita pelo Filipi Garces e que pode ajudar bastante quem deseja saber mais um pouco sobre a saga de um moleiro fugindo da Inquisição. Como diz ou disse o meu finado avô: “Sirvam-se danadamente” e boa Leitura.


GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: O cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição: São Paulo, Companhia das letras, 2006.


A resenha aqui apresentada refere-se à edição de bolso, que por conseqüência, acaba sendo de fácil manuseio e mais acessível em comparação a um livro normal por estar mais em conta em se tratando de questão financeira.

A história começa no século XVI, retratando a vida de Domenico Scandella, conhecido como Menocchio, um moleiro que foi perseguido pela inquisição por ter uma visão diferente da sua época em relação à igreja. Ele é submetido a uma série de interrogatórios, e neles, vai apresentando suas idéias, e as obras que tomou como ponto de referência. Não levava a Bíblia como idéia universal, e isso contribuiu para os inquisidores o tratarem com um certo receio. O autor mostra diversos livros e artigos no qual Menocchio lera e teria tomado como referencia para suas idéias, embora afirmasse que elas vieram de sua própria cabeça.

Houve uma preocupação entre alguns moradores da aldeia onde morava sobre seu destino. Alertaram-no para não ficar mencionando as suas idéias abertamente, mas foi corajoso o suficiente para não se reprimir perante a inquisição, usando assim, diversos argumentos para defender suas idéias, e uma das principais, foi sobre seu pensamento sobre a singularidade cosmológica, cujo foi a partir daí que Ginzburg teve a idéia do título do livro, na qual afirmava: “No inicio tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo que o queijo é feito do leite, e do qual surge os vermes, e esses foram os anjos”.

Não menos pretensioso, afirmou que conversar com uma árvore era equivalente a se confessar com um padre. Conta também, alguns relatos de padres canibais que sacrificavam pessoas e comiam suas carnes, e se tivesse bom gosto, era uma pessoa livre de pecados, caso contrário, seria uma pessoa impura e deveria ter morrido antes.

A principal característica do autor nesta obra, é contar uma história em que normalmente muitos passariam despercebidos. Por escrever através da metodologia da micro-história, a principal característica do livro e contar a história de alguém ou algo que não teria uma grande importância na sociedade e sua determinada visão. Apresenta uma história descritiva, mas tendo grande preocupação com a literatura. Mostra uma pequena demonstração da cultura oral, que os camponeses normalmente utilizavam. Na época em que a história se passa, poucos tinham a sorte de saberem ler, então a forma de cultura oral era importante, mas com elas, seria difícil decifrar uma informação, ou se conseguisse, deixaria muitas pistas distorcidas. Por esse e outros motivos, Menocchio achava uma ofensa aos pobres as missas serem rezadas em latim. Menocchio tinha um pensamento formado, mas é indiscutível que se não fosse pela lista de livros que lera, ele não teria metade dessas idéias.

Embora Menocchio fosse um moleiro, não teve medo de expor suas idéias e suas contradições, ao contrário de muitas pessoas da época, que não as colocavam por medo da inquisição, preferindo assim, aceitar os dogmas. Em caso de acusações pela inquisição, era preferido ser chamado de louco para não ser condenado por heresia; foi uma das propostas oferecidas para Menocchio, que corajosamente não aceitou. Num determinado trecho do livro, ele foi submetido a uma tortura, obrigando a confessar suas “heresias”. Uma grande análise pode ser feita em relação a essa tortura, mas vou deixar a surpresa para os leitores.

Podemos ainda perceber que Menocchio se interessava muito pelos assuntos religiosos, tanto que ele tomou como referencia a Bíblia e o Alcorão. Expôs uma teoria de que Jesus era apenas um homem comum, e não aquela figura espiritual que o cristianismo colocava. A cada afirmação, Menocchio se encaixava no caráter deísta, idéia que foi forte no iluminismo.

Em diversos países estava ocorrendo revoltas contra as instituições católicas, e a mesma estava com receio do avanço protestante, talvez acusar Menocchio de protestante seria algo proveitoso para a situação, pois mostraria como os protestantes eram hereges de acordo com a doutrina católica.

O queijo e os vermes é um livro que eu recomendo para todos que possuem certa admiração pela história, em especial a micro-história, pois seu autor, Carlo Ginzburg, é um dos pioneiros dessa visão histórica. É um livro que não pode faltar na estante de nenhum historiador.



quinta-feira, 27 de maio de 2010

AIDS



Por Ad. Júnior

Para tornar este espaço mais dinâmico e participativo, postarei ou pegarei emprestado o texto do nosso colega Ernani Fagundes que nos mostra um pequeno histórico da trajetória da Aids. Uma doença que está se expandindo e que cada vez mais precisamos de movimentos, campanhas, ações educativas nas escolas, nas ruas, na televisão e nos demais meios de comunicação de massa para promover a sensibilização de todos no ato de se prevenir usando Camisinha no ato sexual. Esse ato é condição Sine Qua Non.


Origens de uma doença mortal descoberta em 1984, a aids já agia na África no começo do século 20.


O ano é 1900. Um homem com ferimentos abertos pela vegetação da selva da África procura sua caça no sudeste de Camarões. Sem dificuldades, encontra e captura um chimpanzé. Enquanto tenta escapar, o animal morde o agressor. O caçador abate o primata com uma faca, joga a presa ensangüentada sobre os ombros, também cheios de feridas, e segue seu caminho. Ele nem imagina, mas é uma das pessoas que carregam no sangue as primeiras infecções do SIV, o vírus da imunodeficiência dos símios. A variação desse organismo em humanos, o HIV, provocaria a doença que se chamaria aids (síndrome da imunoautodeficiência adquirida) e desencadearia uma verdadeira epidemia. Muito antes de ser descoberto, há 25 anos, o vírus passaria várias décadas provocando mortes sem causa definida. Hoje alguns passos dessa trajetória são conhecidos.


Nos primeiros anos do século 20, macacos contaminados eram carregados por comerciantes que desciam o rio Sangua, afluente do rio Congo, até a feira de Leopoldville (atual Kinshasa, na República do Congo). Ali, os comerciantes contaminados pelas primeiras mutações do SIV em HIV gastavam seu dinheiro com as prostitutas locais. "Assim, o vírus do chimpanzé, já presente no sangue de humanos, ganhou a capacidade de atingir outras pessoas pela relação sexual", diz o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor de A História da Humanidade Contada pelos Vírus. "A prostituição e os estupros durante as guerras de independência na África espalharam a doença, que ao longo do tempo foi confundida com muitas outras, como pneunomia e anemia profunda."


A disseminação para fora da África começou na década de 60. A guerra de independência de Guiné-Bissau levou uma onda de refugiados para Gâmbia, Senegal e Cabo Verde - e deste último país partiram pessoas infectadas para a Europa. O primeiro caso nas Américas foi registrado em 1978, no Haiti. No Brasil, a doença surgiu em 1981 e já tirou a vida de 190 mil pessoas.


Desde que foi identificada, a aids deixou cerca de 25 milhões de vítimas fatais. Atualmente, existem aproximadamente 33 milhões de portadores, mas a situação já é muito mais promissora. Ainda que a cura não tenha sido encontrada, a combinação de medicamentos descobertos nos últimos anos permite que o paciente tenha uma vida mais confortável.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Copa do Mundo 2010




Por Ad. Júnior


A Copa do Mundo está chegando, a parada agora é a África do Sul, País marcado historicamente pelo regime de segregação racial, pela exuberância ecológica e principalmente por seus problemas sociais de diversas naturezas.


Aqui, do outro lado do atlântico, milhões de brasileiros de todas as classes e etnias estarão unidos torcendo em prol de uma seleção que possui como objetivo trazer o Hexa-campeonato Mundial para o País.


Por outro lado, o técnico da seleção brasileira (“magnífico” Dom Dunga Quixote) já convocou seus 23 fies- escudeiros (Sancho Panças) que estarão em mais uma “cruzada” em busca do tão sonhado título.


Mas a questão que permeia este assunto é a dita coerência-incoerência de nosso técnico em convocar seus jogadores. A impressa e o povo queriam ver Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho. Doce Ilusão, pois, o que vimos foram Grafite, Josué, Júlio Batista. Pode isso? Se ser coerente é levar jogadores de pequeno porte para uma copa do mundo. Então, o que é ter coerência?


No entanto, vamos esperar para ver. Vai que dar certo. Se não der, temos que observar lentamente as ruínas do nosso querido Dom Quixote ser vencido pelo seu inimigo Branca Lua por insistir em suas quimeras imortais.



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