quarta-feira, 6 de maio de 2009

Diário de um "professor".

Por Romyel Cecim.



Faço parte de um projeto da Univerisade Federal do Pará, elaborado pelo professor Mestre José de Moraes, que objetiva o ensino de jovens e adultos através de uma dinâmica de interdisciplinaridade, dando ênfase também para a abordagem de assuntos relacionados com o cotidiano dos alunos, como a vida rural e as relações sócio-ambientais.
Deste modo postarei um diário cujo contúdo expressará minha relação e aprendizado com os alunos do EJA (educação de jovens e adultos) da escola Teodomira Lima no município de Bragança, Pará.

RELATÓRIO SOBRE AS AULAS NO TEODOMIRA LIMA, PELO PROJETO DE                                                                                       INTERDISCIPLINARIDADE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ.

 

 

1ºDia: 27/04/2009

Neste primeiro dia de participação nas aulas do EJA (Educação de Jovens e Adultos), na Escola Estadual Teodomira Lima, na turma da professora Ruth, me deparei com uma turma um tanto quanto interessante para minha mente fechada de aluno universitário, acostumado ás salas de aulas tradicionais. Lá me deparei com  crianças, jovens, adultos e idosos compartilhando o mesmo espaço e a mesma mestra. Após alguns minutos de um aguçado olhar de minha parte para com os alunos, a professora chegou e iniciou sua aula com uma oração. Após a oração, a mesma me apresentou para a turma intitulando-me como professor de História.

Apresentei-me á todos e expliquei o objetivo do projeto elaborado pelo professor José de Moraes, que corresponde á uma forma de ensino de jovens e adultos de uma forma diferenciada: abordando temas pelas óticas de várias disciplinas e interligando-as tentando provar que, assim como na vida, a educação não existe de forma isolada em blocos, mas sim de forma interativa entre as disciplinas que a compõe. Sempre colocando em sala de aula a realidade dos alunos.

A proposta foi muito bem aceita pelos alunos, mostrando-se empolgados pela oportunidade de serem “pioneiros”, nas palavras do aluno Seu Mário, de uma “revolução” (segundo o senhor Joaquim) no ensino brasileiro. Em seguida, demonstrei através de uma conversa interativa que teve por tema o “corpo humano”, que o assunto podia ser abordado através de diversas disciplinas ou matérias, o que os deixou bastante entusiasmados.

Na busca de uma maior interatividade com os alunos propus que fizéssemos a dinâmica do espelho, que consistiu em apresentá-los á uma “pessoa” em uma sala separada e os alunos deveriam descrever esta pessoa. Na sala havia apenas um espelho e os estudantes deveriam se olhar e pensar no seu próprio corpo e em sua personalidade e em como deveriam melhorar para se tornar pessoas melhores na sociedade em que vivem. Após a observação, todos deram o testemunho sobre sua forma de ver á si próprio, o que me permitiu conhecê-los um pouco melhor.

Para finalizar, dialogamos sobre o nosso corpo e como devemos utilizá-lo para uma melhor convivência em sociedade, de modo que pude perceber como todos são incrivelmente simples e humildes, mas ao mesmo tempo perseverantes e determinados.